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SUPREMACIA DA BÍBLIA

 

Cân. 750 — § 1. Deve-se crer com fé divina e católica em tudo o que se contém na palavra de Deus escrita ou transmitida por Tradição, ou seja, no único depósito da fé confiado à Igreja, quando ao mesmo tempo é proposto como divinamente revelado quer pelo magistério solene da Igreja, quer pelo seu magistério ordinário e universal; isto é, o que se manifesta na adesão comum dos fiéis sob a condução do sagrado magistério; por conseguinte, todos têm a obrigação de evitar quaisquer doutrinas contrárias. 

(Código de Direito Canônico, Cân. 750, § 1º) 


"(...) A Tradição de que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite o que estes receberam do ensino e do exemplo de Jesus e aprenderam pelo Espírito Santo. De facto, a primeira geração de cristãos não tinha ainda um Novo Testamento escrito, e o próprio Novo Testamento testemunha o processo da Tradição viva.
É preciso distinguir, desta Tradição, as ‘tradições’ teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais, nascidas no decorrer do tempo nas Igrejas locais. Elas constituem formas particulares, sob as quais a grande Tradição recebe expressões adaptadas aos diversos lugares e às diferentes épocas. É à sua luz que estas podem ser mantidas, modificadas e até abandonadas, sob a direção do Magistério da Igreja.” 

(Catecismo da Igreja Católica, 81-83)


"(...) Ainda mais conflituoso era o problema da Revelação. Tratava-se da relação entre Escritura e Tradição, e aqui apareciam sobretudo os exegetas interessados numa maior liberdade; sentiam-se um pouco – digamos – em situação de inferioridade relativamente aos protestantes, que faziam as grandes descobertas, enquanto os católicos se viam um pouco como «deficientes» pela necessidade de se submeter ao Magistério. Por conseguinte, aqui estava em jogo uma luta também muito concreta: Que liberdade têm os exegetas? Como se pode ler bem a Escritura? Que quer dizer Tradição? Era uma batalha pluridimensional que não posso mostrar agora; o importante é que a Escritura é de certeza a Palavra de Deus, e a Igreja está sob a Escritura, obedece à Palavra de Deus, não está acima da Escritura. E, no entanto, a Escritura só é Escritura porque existe a Igreja viva, o seu sujeito vivo; sem o sujeito vivo da Igreja, a Bíblia é apenas um livro que abre, se abre para diferentes interpretações sem dar uma derradeira clareza. (...)"

(Papa Bento XVI)

https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2013/february/documents/hf_ben-xvi_spe_20130214_clero-roma.html 


"21. A Igreja venerou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus quer da do Corpo de Cristo. Sempre as considerou, e continua a considerar, juntamente com a sagrada Tradição, como regra suprema da sua fé; elas, com efeito, inspiradas como são por Deus, e exaradas por escrito duma vez para sempre, continuam a dar-nos imutavelmente a palavra do próprio Deus, e fazem ouvir a voz do Espírito Santo através das palavras dos profetas e dos Apóstolos. É preciso, pois, que toda a pregação eclesiástica, assim como a própria religião cristã, seja alimentada e regida pela Sagrada Escritura. Com efeito, nos livros sagrados, o Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro de Seus filhos, a conversar com eles; e é tão grande a força e a virtude da palavra de Deus que se torna o apoio vigoroso da Igreja, solidez da fé para os filhos da Igreja, alimento da alma, fonte pura e perene de vida espiritual. Por isso se devem aplicar por excelência à Sagrada Escritura as palavras: «A palavra de Deus é viva e eficaz» (Hebr. 4,12), «capaz de edificar e dar a herança a todos os santificados», (Act. 20,32; cfr. 1 Tess. 2,13). (...)"

(Constituição Dogmática Dei Verbum, 21)

https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html


"400. A doutrina católica, portanto, não sustenta o que a teologia da Reforma teme e quer a todo custo evitar, a saber, uma derivação da autoridade escriturística como canônica e obrigatória da autoridade da hierarquia da Igreja que dá a conhecer o cânon. (...)"

(Apostolicidade da Igreja – tradução do Google – Comissão Luterana-Católica Romana sobre a Unidade, 2006)

https://www-christianunity-va.translate.goog/content/unitacristiani/en/dialoghi/sezione-occidentale/luterani/dialogo/documenti-di-dialogo/en1.html?_x_tr_sch=http&_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=sc


Essa última citação é interessante porque aqui a Igreja Católica admite que a autoridade da Bíblia não vem da Igreja, ou seja, não é por causa da Igreja que cremos na Bíblia. A Bíblia tem autoridade por si mesma, por ser a autêntica palavra de Deus. A canonicidade e a obrigatoriedade da Bíblia não decorrem da autoridade da Igreja Católica.

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