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INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA

Somente o Magistério da Igreja Católica pode interpretar corretamente a Bíblia? Existe esse monopólio da interpretação das Escrituras?

"407. Antes de abordar a questão do magistério e da doutrina da Igreja, pode-se oferecer uma proposta provisória sobre as visões luterana e católica de interpretação autêntica da Bíblia. Primeiro, quando a doutrina católica sustenta que o “julgamento da igreja” tem um papel na interpretação autêntica das Escrituras, ela não atribui ao magistério da igreja um monopólio sobre a interpretação, que os adeptos da Reforma temem e rejeitam com razão. Antes da Reforma, figuras importantes indicavam a pluralidade eclesial de intérpretes (cf. n. 351, acima). Quando o Vaticano II fala da Igreja ter um "julgamento final" (DV 12), claramente evita uma afirmação monopolista de que o Magistério é o único órgão de interpretação.

408. Porque a Escritura vem de Deus, sob a inspiração do Espírito Santo, nenhum órgão, mesmo o último, é capaz de oferecer uma interpretação exaustiva do significado da Escritura. De fato, as intervenções do magistério concentram-se principalmente, não nos próprios textos bíblicos, mas nas interpretações das Escrituras que circulam publicamente e interferem no ensino da herança doutrinária. O julgamento magistral discerne o valor das interpretações, pois as avalia no âmbito da responsabilidade contínua da Igreja de levar adiante o ensino público da verdadeira doutrina e promover o culto sacramental autêntico.

409. Em segundo lugar, deve-se lembrar a ampla atenção dada pelos católicos à doutrina da inspiração bíblica, tanto no ensino autoritário como na teologia. Isso fundamenta a convicção comum com a Reforma de que o texto bíblico inspirado pelo Espírito tem sua própria eficácia em transmitir a verdade revelada que forma mentes e corações, como afirmado em 2Tm 3:17 e declarado pelo Vaticano II (DV 21-25 ; cf. nº 399, acima).

410. Mas os católicos sustentam que essa eficácia tem atuado na Igreja ao longo do tempo, não apenas em crentes individuais, mas também na tradição eclesial, tanto em expressões doutrinais de alto nível como a regra de fé, credos e doutrina conciliar, e nas principais estruturas do culto público. A verdade salvífica da Escritura veio a se expressar em formulações que são tanto abrangentes do testemunho da Escritura sobre a obra salvífica de Deus quanto às vezes bastante apontadas para pontos críticos de esclarecimento dogmático. A Escritura se fez presente na tradição, que pode, portanto, desempenhar um papel hermenêutico essencial. O Vaticano II não diz que a tradição dá origem a novas verdades além das Escrituras, mas que transmite certeza sobre a revelação atestada pelas Escrituras. Portanto, os católicos se reservam à afirmação de que "a Escritura se interpreta", já que se aplica à formação de uma certa fé na revelação de Deus. Mas os católicos não negam a base da Escritura "autointerpretada" da Reforma, ou seja, seu poder eficaz. Na linguagem católica, por sua inspiração, a Escritura é, de fato, "a mais alta autoridade em matéria de fé", mesmo quando deve estar ligada, pelo motivo que acabamos de expor, com "a Sagrada Tradição, indispensável à interpretação da Palavra de Deus" (Papa João Paulo II, Ut unum sint , 1995, n. 79).

(Apostolicidade da Igreja – tradução do Google – Comissão Luterana-Católica Romana sobre a Unidade, 2006)

https://www-christianunity-va.translate.goog/content/unitacristiani/en/dialoghi/sezione-occidentale/luterani/dialogo/documenti-di-dialogo/en1.html?_x_tr_sch=http&_x_tr_sl=en&_x_tr_tl=pt&_x_tr_hl=pt-BR&_x_tr_pto=sc

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