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BÍBLIA E TRADIÇÃO

 

Diferença entre Tradição, que é palavra de Deus, da tradição dos homens:


“(...) A sagrada Tradição, por sua vez, conserva a Palavra de Deus, confiada por Cristo Senhor e pelo Espírito Santo aos Apóstolos, e transmite-a integralmente aos seus sucessores, para que eles, com a luz do Espírito da verdade, fielmente a conservem, exponham e difundam na sua pregação. (…) A Tradição de que falamos aqui é a que vem dos Apóstolos. Ela transmite o que estes receberam do ensino e do exemplo de Jesus e aprenderam pelo Espírito Santo. De fato, a primeira geração de cristãos não tinha ainda um Novo Testamento escrito, e o próprio Novo Testamento testemunha o processo da Tradição viva.

(...)
É preciso distinguir, desta Tradição, as ‘tradições’ teológicas, disciplinares, litúrgicas ou devocionais, nascidas no decorrer do tempo nas Igrejas locais. Elas constituem formas particulares, sob as quais a grande Tradição recebe expressões adaptadas aos diversos lugares e às diferentes épocas. É à sua luz que estas podem ser mantidas, modificadas e até abandonadas, sob a direção do Magistério da Igreja.” (Catecismo da Igreja Católica, 81 e 83)

Fonte: https://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s1c2_50-141_po.html


A Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa compartilham da mesma Tradição, a tal ponto que a Igreja do Ocidente chegou mesmo a herdar Tradição da Igreja do Oriente:


“3. A nossa relação deve refletir a comunhão verdadeira e profunda em Cristo que já existe entre nós, mesmo se ainda não é plena. De fato, reconhecemos com alegria que partilhamos a tradição da Igreja una, centrada no mistério da Eucaristia, da qual são testemunhas os santos que temos em comum nos nossos calendários. Por outro lado, as numerosas testemunhas da fé no tempo da opressão e da perseguição do século passado, que mostraram a sua fidelidade a Cristo, são uma semente de esperança nas dificuldades de hoje.” 

(Declaração conjunta do papa João Paulo II e do patriarca Teocisto, em 12 de outubro de 2002) 

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/2002/october/documents/hf_jp-ii_spe_20021012_john-paul-ii-teoctist.html 


“14. Durante não poucos séculos, as Igrejas do Oriente e do Ocidente seguiram por caminhos próprios, unidas, contudo, pela fraterna comunhão da fé e da vida sacramental. Quando entre elas surgiam dissensões acerca da fé ou da disciplina, era a Sé de Roma quem, de comum acordo, as resolvia. Entre outras coisas de grande importância, é grato ao sagrado Concílio trazer à memória de todos o fato de que no Oriente florescem muitas Igrejas particulares ou locais, entre as quais sobressaem as Igrejas patriarcais; não poucas delas se gloriam de ter origem nos próprios Apóstolos. Por isso entre os orientais prevaleceu e prevalece a solicitude e o cuidado de conservar na comunhão de fé e caridade aquelas relações fraternas que devem vigorar entre as Igrejas locais como entre irmãs. Semelhantemente, não se deve esquecer que as Igrejas do Oriente têm desde a origem um tesouro, do qual a Igreja do Ocidente herdou muitas coisas em liturgia, tradição espiritual e ordenação jurídica. Nem se deve subestimar o fato de que os dogmas fundamentais da fé cristã sobre a Trindade e o Verbo de Deus encarnado da Virgem Maria, foram definidos em Concílios Ecumênicos celebrados no Oriente. Para preservar esta fé, muito sofreram e ainda sofrem aquelas Igrejas.”

(Concílio Vaticano II - Decreto Unitatis Redintegratio sobre o ecumenismo, n. 14) 

https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decree_19641121_unitatis-redintegratio_po.html

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