Cristãos não católicos podem se salvar pela fé em Cristo Jesus, e também porque suas comunidades eclesiais são meios de salvação para eles:
“819. Além disso, existem fora das fronteiras visíveis da Igreja Católica, ‘muitos elementos de santificação e de verdade’: ‘a Palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade, outros dons interiores do Espírito Santo e outros elementos visíveis’. O Espírito de Cristo serve-Se destas Igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação, cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Todos estes bens provêm de Cristo e a Ele conduzem e por si mesmos reclamam ‘a unidade católica’.”
(Catecismo da Igreja Católica, 819)
“(…) Se para todas as Comunidades cristãs os mártires são a prova do poder da graça, estes contudo não são os únicos que testemunham tal poder. Embora de modo invisível, a comunhão ainda não plena das nossas comunidades está, na verdade, solidamente cimentada na plena comunhão dos santos, isto é, daqueles que, no termo de uma existência fiel à graça, estão na comunhão de Cristo glorioso. Estes santos provêm de todas as Igrejas e Comunidades eclesiais, que lhes abriram a entrada na comunhão da salvação.
Quando se fala de um patrimônio comum, devem-se inserir nele não só as instituições, os ritos, os meios de salvação, as tradições que todas as Comunidades conservaram e pelas quais elas estão plasmadas, mas também, e em primeiro lugar, esta realidade da santidade. (...)”
(Papa João Paulo II – Encíclica Ut Unum Sint, 84)
"(...) O Concílio [Vaticano II] pôde dar um importante passo em frente, graças ao “subsistit in”. Desejou-se justificar o facto de que, fora da Igreja Católica, não existem apenas indivíduos cristãos, mas também “elementos da Igreja” (10), e inclusivamente Igrejas e Comunidades eclesiais que, embora não estejam em plena comunhão, pertencem por direito à única Igreja e são, para os seus membros, instrumentos de salvação (cf. Lumen gentium, 8 e 15; Unitatis redintegratio, 3; Ut unum sint, 10-14). Por conseguinte, o Concílio Ecumênico Vaticano II sabe que fora da Igreja Católica existem formas de santidade que podem chegar até ao martírio (cf. Lumen gentium, 14; Unitatis redintegratio, 4; Ut unum sint, 12 e 83). Consequentemente, a questão da salvação dos não-católicos já não é resolvida a nível individual, a partir do desejo subjetivo de um indivíduo, como é indicado pela Encíclica “Mystici corporis“, mas sim a nível institucional e de modo eclesiológico objetivo. (...)"
(Conferência no 40° aniversário da promulgação do decreto conciliar “Unitatis Redintegratio” (Rocca di papa, 11-13 de novembro de 2004) - Intervenção do cardeal Walter Kasper presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos)
https://www.veritatis.com.br/a-origem-perene-do-ecumenismo-do-vaticano-ii/
Os cristãos protestantes podem ter a certeza da salvação:
"34. Confessamos juntos que as pessoas crentes podem confiar na misericórdia e nas promissões de Deus. Também em face de sua própria fraqueza e de muitas ameaças para sua fé, podem basear-se - graças à morte e ressurreição de Cristo - na promessa eficaz da graça de Deus em palavra e sacramento e, assim, ter certeza desta graça.
35. Isto foi acentuado de maneira especial pelos reformadores: em meio à tribulação a pessoa crente não deve olhar para si mesma, mas inteiramente para Cristo e confiar somente nele. Assim, na confiança na promissão de Deus, ela tem certeza de sua salvação, mesmo que, olhando para si mesma, nunca esteja segura. "
(Declaração Conjunta sobre a Justificação, 34-35)
https://www.conic.org.br/portal/files/DOUTRINA_DA_JUSTIFICACAO.pdf
“1272. Incorporado em Cristo pelo Batismo, o batizado é configurado com Cristo. O Batismo marca o cristão com um selo espiritual indelével (‘charactere’) da sua pertença a Cristo. Esta marca não é apagada por nenhum pecado, embora o pecado impeça o Batismo de produzir frutos de salvação. Ministrado uma vez por todas, o Batismo não pode ser repetido.”
(Catecismo da Igreja Católica, 1272)
“1274. O ‘selo do Senhor’ (‘dominicus character’) é o selo com que o Espírito Santo nos marcou ‘para o dia da redenção’
(Ef 4, 30). ‘O Batismo é, efetivamente, o selo da vida eterna’. O fiel
que tiver ‘guardado o selo’ até ao fim, quer dizer, que tiver
permanecido fiel às exigências do seu Batismo, poderá partir ‘marcado
pelo sinal da fé’, com a fé do seu Batismo, na expectativa da visão
bem-aventurada de Deus – consumação da fé – e na esperança da
ressurreição. (CIC 1274)
(Catecismo da Igreja Católica, 1274)
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