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IGREJA DE CRISTO

 

A Igreja somos nós que cremos, a comunidade em todo o mundo dos que creem em Jesus:

“751. A palavra ‘Igreja’ (‘ekklesía’, do verbo grego ‘ek-kalein’ = ‘chamar fora’) significa ‘convocação’. Designa as assembleias do povo em geral de carácter religioso. É o termo frequentemente utilizado no Antigo Testamento grego para a assembleia do povo eleito diante de Deus, sobretudo para a assembleia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus como seu povo santo. Ao chamar-se 'Igreja', a primeira comunidade dos que acreditaram em Cristo reconhece-se herdeira dessa assembleia. Nela, Deus ‘convoca’ o seu povo de todos os confins da terra. O termo ‘Kyriakê’, de onde derivaram ‘church’, ‘Kirche’, significa ‘aquela que pertence ao Senhor’.


752. Na linguagem cristã, a palavra ‘Igreja’ designa a assembleia litúrgica, mas também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes. Estes três significados são, de facto, inseparáveis. ‘A IGREJA’ É O POVO QUE DEUS REÚNE NO MUNDO INTEIRO. Ela existe nas comunidades locais e realiza-se como assembleia litúrgica, sobretudo eucarística. Vive da Palavra e do Corpo de Cristo, e é assim que ela própria se torna Corpo de Cristo.

(Catecismo da Igreja Católica, 751 e 752)

Fonte: https://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2cap3_683-1065_po.html


Da única Igreja de Cristo fazem parte todos os cristãos batizados, mesmo os não católicos:

“818. Os que hoje nascem em comunidades provenientes de tais rupturas, ‘e que vivem a fé de Cristo, não podem ser acusados do pecado da divisão. A Igreja Católica abraça-os com respeito e caridade fraterna [...]. Justificados pela fé recebida no batismo, incorporados em Cristo, é a justo título que se honram com o nome de cristãos  e os filhos da Igreja Católica reconhecem-nos legitimamente como irmãos no Senhor’.”
(Catecismo da Igreja Católica, 818)


A Igreja Católica chama a Igreja Ortodoxa de “igreja irmã”:

“1. A expressão Igrejas irmãs aparece frequentemente no diálogo ecumênico, sobretudo entre católicos e ortodoxos, e constitui para ambas as partes do diálogo objeto de aprofundamento. Embora exista um uso da expressão sem dúvida legítimo, foi-se difundindo, por outro lado, na hodierna literatura ecumênica, um modo ambíguo de a utilizar. Tendo em conta a doutrina do Concílio Vaticano II e as sucessivas intervenções do Magistério pontifício, achou-se oportuno recordar qual o uso próprio e adequado da expressão, fazendo-o preceder de um breve aceno à história da mesma. 

(...)

9. As referências históricas expostas nos parágrafos precedentes mostram a importância que a expressão Igrejas irmãs assumiu no diálogo ecumênico. Isso realça ainda mais a importância de um uso teologicamente correto da mesma.
10. De fato, em sentido próprio, Igrejas irmãs são exclusivamente as Igrejas particulares (ou os agrupamentos de Igrejas particulares, como por exemplo os Patriarcados e as Metrópoles) entre si. Deverá resultar sempre claro, mesmo quando a expressão Igrejas irmãs é usada neste sentido próprio, que a Igreja Universal, una, santa, católica e apostólica, não é irmã mas mãe de todas as Igrejas particulares.
11. Pode falar-se de Igrejas irmãs em sentido próprio, também em referência a Igrejas particulares católicas e não católicas. Assim, também a Igreja particular de Roma pode chamar-se irmã de todas as Igrejas particulares. Mas, como se observou, não se pode dizer propriamente que a Igreja Católica é irmã de uma Igreja particular ou grupo de Igrejas. Não se trata apenas de uma questão de terminologia, mas sobretudo de respeitar uma verdade fundamental da fé católica, que é a unicidade da Igreja de Jesus Cristo. Existe efetivamente uma única Igreja e, portanto, o plural Igrejas só se pode referir às Igrejas particulares.
Por conseguinte, deve evitar-se como fonte de mal-entendidos e de confusão teológica o uso de fórmulas como “as nossas duas igrejas”, que insinuam-se aplicadas à Igreja católica e ao conjunto das Igrejas ortodoxas (ou a uma Igreja ortodoxa) – um plural não só a nível de Igrejas particulares, mas a nível da Igreja una, santa, católica e apostólica, professada no Credo e cuja existência real apareceria assim ofuscada.
12. Enfim, há que ter presente também que a expressão Igrejas irmãs em sentido próprio, como testemunha a Tradição comum do Ocidente e do Oriente, só se pode aplicar exclusivamente às comunidades eclesiais que conservaram um Episcopado válido e uma Eucaristia válida.”
(Texto da Congregação para a Doutrina da Fé assinado pelo então cardeal Joseph Ratzinger em junho de 2000)

https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000630_chiese-sorelle_po.html


O papa católico e o patriarca ortodoxo se reconhecem mutuamente como Pastores na Igreja de Cristo:

“O encontro fraterno realizado por nós, Bento XVI, Papa de Roma, e Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico, é obra de Deus e além disso um dom que provém d'Ele. Demos graças ao Autor de todo o bem, que nos permite ainda uma vez, na oração e no intercâmbio, expressar a nossa alegria de sentirmo-nos irmãos e de renovar o nosso compromisso em vista da plena comunhão.
Este compromisso provém-nos da vontade do nosso Senhor e da nossa responsabilidade de Pastores na Igreja de Cristo. Possa o nosso encontro ser um sinal e um encorajamento para nós, a compartilharmos os mesmos sentimentos e as mesmas atitudes de fraternidade, de colaboração e de comunhão na caridade e na verdade. O Espírito Santo ajudar-nos-á a preparar o grande dia do restabelecimento da plena unidade, quando e como Deus o quiser. Então, poderemos alegrar-nos e exultar verdadeiramente.”
(Declaração conjunta do papa Bento XVI e do patriarca Bartolomeu I em novembro-dezembro de 2006)

https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2006/november/documents/hf_ben-xvi_spe_20061130_dichiarazione-comune.pdf


"Expressamos a nossa intenção sincera e firme de, em obediência à vontade de nosso Senhor Jesus Cristo, intensificar os nossos esforços pela promoção da unidade plena entre todos os cristãos, e sobretudo entre católicos e ortodoxos. Além disso, queremos apoiar o diálogo teológico promovido pela Comissão Mista Internacional – instituída, exatamente há trinta e cinco anos, pelo Patriarca Ecumênico Dimitrios e o Papa João Paulo II aqui, no Fanar –, a qual se encontra actualmente a tratar das questões mais difíceis que marcaram a história da nossa divisão e que requerem um estudo cuidadoso e profundo. Por esta finalidade, asseguramos a nossa oração fervorosa como Pastores da Igreja, pedindo aos fiéis que se unam a nós na imploração comum por que «todos sejam um só (...) para que o mundo creia» (Jo 17, 21)."

(Declaração conjunta do papa Francisco e do patriarca Bartolomeu I em novembro de 2014)

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2014/november/documents/papa-francesco_20141130_turchia-firma-dichiarazione.html


Fazem parte da Igreja de Cristo, ou seja, pertencem ao único corpo místico de Cristo não só os católicos romanos e os ortodoxos, mas todos os batizados, incluindo os protestantes:


“219. A Igreja é o corpo de Cristo. Assim como existe apenas um Cristo, assim também ele tem apenas um corpo. Pelo Batismo homens e mulheres se tornam membros desse corpo.
220. O Concílio Vaticano II ensina que as pessoas batizadas e que creem em Cristo, mas não pertencem à Igreja Católica Romana, “foram justificadas pela fé no Batismo [e] são membros do corpo de Cristo, e têm direito de serem chamadas de cristãs, e são aceitas corretamente como irmãos pelos filhos da Igreja Católica” (UR, n. 1.3). Os cristãos luteranos dizem a mesma coisa de seus irmãos cristãos católicos.
(…)
“222. Por crerem que pertencem ao corpo único de Cristo, os luteranos enfatizam que sua igreja não nasceu na Reforma ou veio a existir há 500 anos. Estão convencidos, sim, de que as igrejas luteranas têm sua origem no evento de Pentecostes e na pregação dos Apóstolos. Suas igrejas receberam, no entanto, sua forma particular, pela doutrina e os esforços dos reformadores. Os reformadores não desejavam fundar uma nova igreja, e de acordo com sua compreensão, não o fizeram. Eles queriam reformar a igreja e eles o conseguiram no âmbito de sua influência, embora com erros e equívocos.”
223. Como membros de um corpo único, católicos e luteranos rememoram juntos os eventos da Reforma que levou ao fato de viverem posteriormente em comunidades divididas, embora ainda pertençam a um só corpo. Essa é uma possibilidade impossível e fonte de grande sofrimento. Porque pertencem ao mesmo corpo, católicos e luteranos lutam fazendo frente à divisão em busca da plena catolicidade da igreja. Essa luta tem dois lados: o reconhecimento daquilo que é comum e que une, e o reconhecimento daquilo que divide. O primeiro é motivo de gratidão e alegria; o segundo é motivo de sofrimento e lamento.”
(...)

232. As divisões do século XVI foram causadas por diferentes compreensões da verdade da fé cristã e foram particularmente conflitivas, uma vez que parecia estar em jogo a salvação. Em ambos os lados havia pessoas com convicções religiosas tão arraigadas que se imaginava não poderem ser abandonadas. Ora, não se pode culpar a alguém por seguir sua consciência quando foi formada pela Palavra de Deus e alcançou seu juízo após deliberação séria com outras pessoas.

(...)
“238. Católicos e luteranos têm consciência de que eles e as comunidades em que vivem sua fé pertencem ao corpo único de Cristo. Está crescendo a consciência de que as lutas do século XVI estão superadas. As razões para condenar mutuamente a fé do outro estão ultrapassadas. 
(Do Conflito à Comunhão – Relatório da Comissão Luterana–Católico-Romana para a Unidade, 1ª edição – 2015, edição conjunta da CNBB e da editora Sinodal)
https://www.lutheranworld.org/sites/default/files/dtpw-from_conflict_to_communion_pt.pdf

https://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000630_chiese-sorelle_po.html


As igrejas e comunidades cristãs não católicas pertencem por direito à única Igreja de Cristo, e a Igreja de Cristo é edificada e vivificada com os bens destas comunidades cristãs separadas:

"(...) Ademais, dentre os elementos ou bens com que, tomados em conjunto, a própria Igreja é edificada e vivificada, alguns e até muitos e muito importantes podem existir fora do âmbito da Igreja católica: a palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade e outros dons interiores do Espírito Santo e elementos visíveis. Tudo isso, que de Cristo provém e a Cristo conduz, pertence por direito à única Igreja de Cristo.
Também não poucas ações sagradas da religião cristã são celebradas entre os nossos irmãos separados. Por vários modos, conforme a condição de cada Igreja ou Comunidade, estas ações podem realmente produzir a vida da graça. Devem mesmo ser tidas como aptas para abrir a porta à comunhão da salvação.
Por isso, as Igrejas e Comunidades separadas, embora creiamos que tenham defeitos, de forma alguma estão despojadas de sentido e de significação no mistério da salvação. Pois o Espírito de Cristo não recusa servir-se delas como de meios de salvação cuja virtude deriva da própria plenitude de graça e verdade confiada à Igreja católica. (...)"

(Concílio Vaticano II - Decreto Unitatis redintegratio, 3)

https://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_decree_19641121_unitatis-redintegratio_po.html


"Jesus Cristo é sempre o mesmo, ontem, hoje e por toda a eternidade" (Heb. 13, 8): é esta a frase que lemos sob a figura do Pantocrator na abside desta Igreja de Cristo. Saúdo com estas palavras a comunidade evangélico-luterana de Roma, bem como todos os presentes, e agradeço aos representantes da comunidade o convite fraterno que me dirigiram para fazer esta visita. Em nome de Jesus, e sob a sua Palavra, estamos aqui reunidos para professar, louvar e glorificar na unidade dos nossos corações e com uma só voz o nosso comum Redentor e Senhor. (...)"

(Discurso do Papa João Paulo II por ocasião do encontro ecumênico realizado na Igreja Luterana de Roma)

https://www.vatican.va/content/john-paul-ii/pt/speeches/1983/december/documents/hf_jp-ii_spe_19831211_incontro-ecumenico.html



Como os protestantes fazem parte da Igreja de Cristo, do seu corpo místico, são, com os católicos e os ortodoxos, verdadeiramente povo santo de Deus, reino de sacerdotes e nação santa:


"(...) A partilha desta graça cria um vínculo indissolúvel entre nós cristãos, de tal forma que em virtude do Batismo podemos considerar-nos todos realmente irmãos. Somos verdadeiramente o povo santo de Deus, não obstante, por causa dos nossos pecados, ainda não somos um povo completamente unido. A misericórdia de Deus, que age no Batismo, é mais forte do que as nossas divisões. Na medida em que recebemos a graça da misericórdia, tornamo-nos cada vez mais plenamente povo de Deus, e também somos capazes de anunciar a todos as suas obras maravilhosas, precisamente a partir de um testemunho de unidade simples e fraternal. Nós, cristãos, podemos anunciar a todos a força do Evangelho, comprometendo-nos a partilhar as obras de misericórdia corporais e espirituais. E este é um testemunho concreto de unidade entre nós cristãos: protestantes, ortodoxos e católicos.

Caros irmãos e irmãs, em conclusão todos nós cristãos, mediante a graça do Batismo, recebemos a misericórdia de Deus e fomos inseridos no seu povo. Todos nós, católicos, ortodoxos e protestantes, formamos um sacerdócio real e uma nação santa. Isto significa que temos uma missão comum, que consiste em transmitir aos outros a misericórdia recebida, a começar pelos mais pobres e abandonados. Durante esta Semana de Oração, oremos a fim de que todos nós, discípulos de Cristo, encontremos o modo de colaborar juntos para levar a misericórdia do Pai a todos os recantos da terra. (...)"

(Papa Francisco - Audiência Geral de 20 de janeiro de 2016)

https://www.vatican.va/content/francesco/pt/audiences/2016/documents/papa-francesco_20160120_udienza-generale.html


Jesus é o cabeça da Igreja:

“(…) É ainda mais importante verificar que só nestas duas Cartas é confirmado o título de ‘cabeça’, kefalé, dado a Jesus Cristo. E este título é empregue num nível duplo. Num primeiro sentido, Cristo é entendido como cabeça da Igreja (cf. Cl 2, 18-19 e Ef 4, 15-16). Isto tem dois significados: o primeiro, que ele é o governante, o dirigente, o responsável que guia a comunidade cristã como seu chefe e Senhor (cf. Cl 1, 18): ‘Ele é a cabeça do Corpo, a Igreja’; e depois o outro significado é que ele é como a cabeça que alimenta e une todos os membros do corpo sobre o qual foi elegido (de facto, segundo Cl 2, 19) é preciso ‘manter-se vinculado à Cabeça, pela qual todo o corpo é alimentado e unido’): ou seja, não é só alguém que dá ordens, mas alguém que organicamente está unido a nós, do qual vem também a força de agir de modo reto.
Nos dois casos, a Igreja é considerada submetida a Cristo, quer para seguir a sua orientação superior os mandamentos quer para receber todas as influências vitais que d'Ele promanam. Os seus ensinamentos não são palavras, mandamentos, mas forças vitais que provêm d'Ele e nos ajudam. (...)”
(Papa Bento XVI, Audiência Geral, 2009)

https://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/audiences/2009/documents/hf_ben-xvi_aud_20090114.html

 

Não há distinção entre católicos, ortodoxos e protestantes. Somos todos cristãos:

"Cidade do Vaticano, 21 mar (EFE).- O pregador da Casa Pontifícia, Raniero Cantalamessa, lançou hoje uma chamada à unidade dos cristãos e assegurou que "não existe distinção entre católicos, ortodoxos e protestantes, mas entre os que acham que Cristo é o filho de Deus e os que não o acham".
Cantalamessa fez as declarações durante a homilia da Paixão de Cristo pronunciada na Basílica de São Pedro e presidida pelo papa Bento XVI.
O pregador do papa, tradicionalmente encarregado da homilia da Paixão durante a Sexta-Feira Santa, acrescentou que a unidade dos cristãos é "uma meta a alcançar" e um "dom a acolher".
E lamentou os obstáculos criados pelas diferentes denominações cristãs na obtenção da unificação. (...)"

https://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL359335-5602,00-NAO+HA+DISTINCAO+ENTRE+CATOLICOS+ORTODOXOS+E+PROTESTANTES+DIZ+VATICANO.html



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