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IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA

 

Papas:

 

papa Zósimo:

 

“Fiel é o Senhor nas suas palavras [Sl 145,13], e o seu batismo contém, na realidade e nas palavras, isto é, na ação, na profissão de fé e na verdadeira remissão dos pecados a mesma plenitude para cada sexo, idade e condição do gênero humano. De fato, ninguém pode ficar livre senão quem é escravo do pecado, nem pode ser chamado redimido senão aquele que, verdadeiramente, pelo pecado, antes era prisioneiro, como está escrito: ‘Se o Filho vos tiver libertado, sereis verdadeiramente livres' [Jo 8,36]. Por ele, de fato, renascemos espiritualmente, por ele somos crucificados para o mundo. Por sua morte é destruído o título de dívida da morte’ [cf. Cl 2,14] introduzida por Adão para nós todos e transmitida a cada vivente – ‘título de dívida’ contraído com a procriação e do qual absolutamente nenhum dos nascidos está livre antes de ser livrado pelo batismo.” 

(Epístola tractória, enviada a todo o oriente no ano de 418)

(Cf. Denzinger*, 231) 

*livro Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral, do padre e teólogo católico Heinrich Denzinger.

https://apostoladonovosmares.files.wordpress.com/2016/05/compc3aandio-dos-sc3admbolos-definic3a7c3b5es-e-declarac3a7c3b5es-de-fc3a9-e-moral.pdf


papa Leão Magno:


"Da mãe do Senhor foi assumida a natureza, não a culpa." 

(Carta Lectis dilectionis tuae ao bispo Flaviano de Constantinopla)

https://apostoladonovosmares.files.wordpress.com/2016/05/compc3aandio-dos-sc3admbolos-definic3a7c3b5es-e-declarac3a7c3b5es-de-fc3a9-e-moral.pdf


"E, portanto, na ruína geral de toda a raça humana, havia apenas um remédio no segredo do plano Divino que poderia socorrer os caídos, e esse era que um dos filhos de Adão nascesse livre e inocente da transgressão original, para prevalecer sobre os demais tanto por Seu exemplo quanto por Seus méritos. Ainda mais, porque isso não era permitido pela geração natural, e porque não poderia haver descendência de nossa linhagem defeituosa sem semente, da qual a Escritura diz: Quem pode fazer uma coisa limpa conceber uma semente imunda? Não és tu o único (Jó 14:4)?" (Sermão 28)


papa Gelásio I:

"Pertence somente o Cordeiro imaculado não ter nenhum pecado." (dicta adv. Pelag.Haeresin)


papa Gregório Magno:

"Pois nós, apesar de termos sido feito santos, não nascemos santos, porque pela mera constituição de uma natureza corruptível a qual estamos amarrados e sujeitos, devemos dizer com o profeta: Eis que eu nasci em iniquidade, e em pecado concebeu-me minha mãe. Somente ele é realmente nascido santo, para que pudesse superar a condição da natureza corrupta, não sendo concebido segundo a maneira dos homens." (Livro sobre moral, uma exposição de Jó,Livro 18, em Jó 27)


papa João IV:

"E, em primeiro lugar, é loucura blasfema dizer que o homem é sem pecado, o que ninguém pode ser, mas somente o único mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus homem, o qual foi concebido e nasceu sem pecado. Todos os outros homens tendo nascido no pecado original, são conhecidos por ter a marca da transgressão de Adão, mesmo quando eles estão sem pecado atual, de acordo com a palavra do profeta: "Pois eis que fui concebido em iniquidade; e no pecado minha mãe deu à luz a mim." (História Eclesiástica de Beda, Livro II, Cap. 19)


papa Inocêncio III:

"Mas imediatamente [sobre as palavras do Anjo: 'O Espírito Santo virá sobre ti'] o Espírito Santo veio sobre ela. Ele tinha antes de vir para dentro dela, quando no ventre de sua mãe, ele limpou sua alma do pecado original; mas agora também Ele veio sobre ela para limpar seu corpo do desejo do pecado, para que ela possa ser totalmente sem mancha nem ruga." (Sermão sobre a purificação da Virgem)

"Eva foi gerada sem pecado, mas deu à luz no pecado. Maria foi gerada em pecado, mas deu à luz sem pecado." (Segundo discurso sobre a Assunção)


papa João XXII:

"Ela (a Virgem) passou primeiramente por um estado de pecado original, em segundo lugar por um estado de infância à honra materna, em terceiro da miséria à glória." (Sermão 1 sobre a Assunção)


papa Clemente VI (antes de ser papa, mas já como cardeal):

"Mas antes Eu divido o tema, parece que essa [festa] concepção não deve ser celebrada, em primeiro lugar, sobre a autoridade de Bernardo, que em sua Epístola aos Lionenses [cânones], gravemente os repreende, porque eles tinham recebido a festa e a realizavam solenemente. Porque nenhuma festa deveria ser comemorada, exceto para reverência da santidade da pessoa a qual é comemorada, uma vez que tal honra é dada aos santos por conta da [relação] que eles têm com Deus acima dos outros; mas isso é por causa da santidade; e não só o pecado atual, mas o pecado original também [separa] de Deus. Mas a Santíssima Virgem foi concebida em pecado original, como muitos santos parecem dizer, e pode ser provado por muitos motivos. Parece que a Igreja não deveria realizar um festival de sua concepção. Aqui, não estou disposto a disputar, eu digo brevemente que uma coisa é clara: a Santíssima Virgem contraiu pecado original. A causa e a razão é esta: como sendo concebida da união de homem e mulher, foi concebida através da paixão, e, portanto, ela teve o pecado original em causa, que seu filho não tinha, porque Ele não foi concebido da semente do homem, mas através da respiração mística: "o Espírito Santo virá sobre ti." E, portanto, não ter pecado original é um privilégio singular de Cristo somente." (Sermão do Advento do Senhor)


Catecismo da Igreja Católica:

"402. Todos os homens estão implicados no pecado de Adão. São Paulo o afirma: 'Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores' (Rm 5,9). 'Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram...' (Rm 5, 12). À universalidade do pecado e da morte, o Apóstolo opõe a universalidade da salvação em Cristo: 'Assim como, pelo pecado de um só, veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra de justiça de um só [Cristo], virá para todos a justificação que dá a vida' (Rm 5, 18)."

"403. Depois de São Paulo, a Igreja sempre ensinou que a imensa miséria que oprime os homens, e a sua inclinação para o mal e para a morte não se compreendem sem a ligação com o pecado de Adão e o fato de ele nos ter transmitido um pecado de que todos nascemos infectados e que é 'morte da alma'. A partir desta certeza de fé, a Igreja confere o Batismo para a remissão dos pecados, mesmo às crianças que não cometeram qualquer pecado pessoal."

"404. Como é que o pecado de Adão se tornou o pecado de todos os seus descendentes? Todo o gênero humano é, em Adão, 'sicut unum corpus unius hominis – como um só corpo dum único homem'. Em virtude desta 'unidade do gênero humano', todos os homens estão implicados no pecado de Adão, do mesmo modo que todos estão implicados na justificação de Cristo. Todavia, a transmissão do pecado original é um mistério que nós não podemos compreender plenamente. Mas sabemos, pela Revelação, que Adão tinha recebido a santidade e a justiça originais, não só para si, mas para toda a natureza humana; consentindo na tentação, Adão e Eva cometeram um pecado pessoal, mas este pecado afeta a natureza humana que eles vão transmitir num estado decaído. É um pecado que vai ser transmitido a toda a humanidade por propagação, quer dizer, pela transmissão duma natureza humana privada da santidade e justiça originais. E é por isso que o pecado original se chama 'pecado' por analogia: é um pecado 'contraído' e não 'cometido'; um estado, não um ato."

(Catecismo da Igreja Católica, 402, 403 e 404)

* É, portanto, totalmente incompreensível a Igreja Católica reconhecer tão brilhantemente a transmissão universal do pecado original a todas as pessoas, e excluir Maria como exceção a essa regra (CIC 411), sem qualquer motivo ou argumentação para isso.


"Pois o Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de Pedro para que, por revelação sua, manifestassem uma nova doutrina, mas para que, com sua assistência, conservassem santamente e expusessem fielmente a revelação transmitida pelos Apóstolos, ou seja, o depósito da fé. E, decerto, esta doutrina apostólica, todos os veneráveis Padres abraçaram-na e os santos ortodoxos Doutores a veneraram e seguiram, plenissimamente conscientes de que esta Sé de são Pedro sempre permaneceu intacta de todo erro, segundo a divina promessa de nosso Senhor <e> Salvador feita ao chefe dos seus discípulos: Eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, uma vez convertido, confirma teus irmãos [Lc 22,32]."

(Concílio Vaticano I)

(Cf. Denzinger, 3070)

https://apostoladonovosmares.files.wordpress.com/2016/05/compc3aandio-dos-sc3admbolos-definic3a7c3b5es-e-declarac3a7c3b5es-de-fc3a9-e-moral.pdf


* A doutrina da imaculada conceição de Maria é uma doutrina nova. Não está presente na Bíblia nem na Tradição, tanto que não é aceito pela Igreja Ortodoxa, que também tem sucessão apostólica e compartilha da mesma Tradição que a Igreja Católica, nem é aceita pelos veterocatólicos, e até mesmo Santo Tomás de Aquino a rejeitava, o que prova que pelo menos até meados do ano 1200 não era uma doutrina aceita pela Igreja.


** Santo Tomás de Aquino negou a imaculada conceição de Maria na Suma Teológica. Contudo, como ele pode ter se retratado no final de sua vida na obra “Exposito Super salutatione angélica” , que apresenta duas versões, uma com e outra sem a expressão "nem original", vou deixar, pela dúvida, Santo Tomás de fora.

* Se Maria foi concebida sem o pecado original, ela nunca precisou de salvador, pois é o pecado que nos destitui da graça de Deus. A desculpa esfarrapada usada pelos católicos de que há duas maneiras de salvar alguém de um buraco: tirando-o de lá ou evitando que ele caia para fundamentar essa doutrina não é válida porque o pecado original não é um pecado cometido (por uma ação ou omissão), mas um pecado contraído (herdado dos pais).

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