Justino Mártir (100 - 165):
"Vós, todavia, dizeis que isso aconteceu ao vosso povo; porém, se sois expulsos, depois que fostes derrotados na guerra, com razão sofreis isso, como o testemunham todas as Escrituras. Nós, contudo, que nada de semelhante fizemos, uma vez que reconhecemos a verdade de Deus, dele recebemos o testemunho de que nos tira da terra junto com Cristo, o mais justo, o único sem mancha ou pecado. Isaías clama: “Eis como o justo pereceu e ninguém percebe em seu coração; homens justos são eliminados e ninguém considera isso" (Diálogo com Trifão, 110, Coleção Patrística, pág. 177)
Santo Ambrósio (340 - 397):
"Há também um início místico, como diz aquela passagem: Eu sou o primeiro e o último, o início e o fim – e sobretudo aquele Evangelho em que, tendo sido interrogado sobre quem era, o Senhor respondeu: o princípio, e que vos falo. Pois, verdadeiramente, também segundo a divindade, Ele é o início e o fim de todas as coisas, porque ninguém é antes dele e ninguém é depois dele. Segundo o Evangelho, ele é o início dos caminhos do Senhor em sua obra, a fim de que por ele o gênero humano aprenda a seguir os caminhos do Senhor e a fazer as obras de Deus. Assim, pois, neste “princípio”, isto é, em Cristo, Deus fez o céu e a terra, porque por ele tudo foi feito e sem Ele nada do que foi feito foi feito: “nele”, porque nele tudo subsiste e ele é o primogênito de toda criatura, seja porque ele existe antes de toda criatura, seja porque é santo, pois os primogênitos são santos; assim também Israel é primogênito, não porque nasceu antes de todos, mas porque é mais santo que os demais. O Senhor, porém, é santo sobre toda criatura e santo conforme o corpo que tomou sobre si, porque só ele é sem pecado, só ele sem vaidade, ao passo que toda criatura foi submetida à vaidade" (O Examerão, 4,15. Coleção Patrística, pág. 18)
“O mesmo Santo Ambrósio, no comentário sobre o profeta Isaías, ao falar de Cristo, diz: “Por isso, como homem, foi provado em tudo e à semelhança dos homens tudo sofreu; mas como nascido do Espírito foi isento do pecado (Hb 4,15). Todo homem é mentiroso (Sl 116,11) e ninguém está livre do pecado, a não ser o único Deus. Portanto, ficou estabelecido que a ninguém, nascido de homem e de mulher pela relação carnal, lhe pareça estar isento de pecado. Quem está livre de pecado, está livre também da corrupção”. Diz também no comentário ao evangelho de Lucas: “Nenhuma cópula humana desvendou os segredos do útero virginal, mas um sêmen imaculado foi depositado pelo Espírito Santo no útero inviolável. O Senhor Jesus, o absolutamente santo entre os nascidos de mulher, é o único que, pela novidade do parto imaculado, não conheceu o contágio da corrupção terrena e o rechaçou com sua celestial majestade” (Liv. II, n. 56 ad cap. 2).” (Citado por santo Agostinho em A graça e o pecado, Livro segundo, capítulo 41, § 47, pág. 189 da coleção patrística)
Santo Agostinho (354 - 430):
“(...) Assim, portanto, o Senhor se fez pecado, porque foi feito no meio do pecado pois assumiu a carne da mesma massa que merecera a morte, por causa do pecado. Resumindo: Maria, filha de Adão, morreu por causa do pecado, Adão morreu por causa do pecado, e a carne do Senhor, provinda de Maria, morreu para apagar os pecados. (…)”
(Agostinho, Comentários ao Salmo 34, § 3, pág. 285)
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